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sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

AS BRUXAS DE SALÉM

A vila de Salém em 1962 era ocupada por colonos puritanos e próximo a região duas tribos de nativos norte-americanos lutavam entre si. Além disso, a varíola tinha começado a afetar os moradores de Salém, de forma que era fácil acreditar em 1962 que o diabo estava muito próximo à Salém, como descreve o historiador Douglas Linder.


 Em fevereiro de 1692, Elizabeth Parris, a filha do novo pastor da vila, ficou doente sem nenhuma explicação. A menina de 10 anos começou a ter um comportamento estranho – gritava com seu pai, jogava-se pelo quarto e reclamava que sua pele estava sendo beliscada e picada. O médico local William Griggs ficou perplexo com esses sintomas e depois que as tentativas de tratamento falharam, ele declarou que o demônio estava influenciando a menina. Depois de um tempo, outras meninas na vila começaram a apresentar a mesma doença. Como os puritanos acreditavam que o diabo trabalhava junto às bruxas, os moradores de Salém, que já estavam desconfiados, começaram a suspeitar uns dos outros. Tituba, uma escrava que trabalhava para o reverendo Samuel Parris, o pai de Elizabeth e outros moradores foram acusados pelas garotas que estavam sofrendo ataques e convulsões e em novembro de 1962, 37 pessoas foram mortas acusadas de bruxaria.



A historiadora Linda Caporael afirma que os sintomas apresentados pelas meninas foram decorrentes do envenenamento por alcalóides do ergot, metabólitos secundários biossintetizados pelo fungo Claviceps pupurea, um contaminante comum do centeio e outros cereais. E ao comer pão de centeio contaminado com o fungo desenvolveram a doença, atualmente conhecida como ergotismo.



Por séculos as pessoas souberam da existência do alcalóide e surtos de envenenamento já aconteceram em outros momentos da história.  A idéia de que o fungo do centeio estava causando uma doença chamada Fogo de Santo Antônio apareceu em 1670, depois de uma investigação do médico francês chamado Thuillier.

Esses alcalóides proveniente do fungo possuem propriedades vasoconstritora e efeitos sobre a neurotransmissão, sendo esses potenciais aproveitados pela indústria farmacêutica, dando origem à drogas como a ergotamina e o LSD.



Os sintomas de ergotismo se caracterizam por depressão e confusão mental, hipertensão, bradicardia, vasoespasmos (com perda de consciência e cefaléia), cianose periférica com claudicação, podendo ainda levar ao coma e morte.

O ergotismo gangrenoso caracteriza-se por quadro clínico de dor intensa, tipo queimação, e gangrena dos pés, mãos e lábios, devido à propriedade vasoconstritora do ergot.

Já o ergotismo convulsivo geralmente é acompanhado de episódios de mania e alucinações (sensação de estar voando), causados pelos diversos componentes do ergot  relacionados ao ácido lisérgico (LSD).



Fonte:
https://updatesaude.wordpress.com/2013/10/31/a-historia-das-bruxas-de-salem-e-o-ergotismo/

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