O comandante João Costa sabia que caso não conseguissem aterrar, teriam de divergir para o Porto Santo onde não haveria de modo algum alojamento para os 156 passageiros e 8 tripulantes que vinham de Bruxelas via Lisboa. Consequentemente seria necessário divergir para a Gran Canária a 400km de distância.
A aeronave era um B.727-282ADV, versão 200 com capacidade para 189 passageiros e fabricada para a TAP (dai o código 82) e entregue 2 anos antes. Era um tri-reactor (com motores Pratt&Whitney JT8D), número 1096 da linha de produção. Ostentava o nome do pioneiro da aviação portuguesa, Sacadura Cabral, curiosamente falecido num acidente aéreo no Canal da Mancha.
As cores da TAP eram ainda o branco e vermelho, a mudança para verde e vermelho seria para três anos mais tarde. Na altura ainda se lia "Transportes Aéreos Portugueses" ao longo da fuselagem.
"Eu tinha 6 meses e estava com a minha mãe e uma empregada em casa, a 700m do acontecimento. Ouviu-se um estrondo e inicialmente pensou-se num trovão. Saindo á rua verificava-se uma fumaceira no meio do temporal. e ubindo ao terraço a minha mãe conseguiu ver o intenso fogareu que consumia os destroços do avião.
Na altura não havia nada que se parecesse com a via rápida e foi um caos tanto de carros de bombeiros, muitos vindos do Funchal e arredores, e carros de curiosos. A estrada teve de ser interrompida pela policia para só deixar passar a ajuda.
No aeroporto o caos instalou-se, funcionários da TAP e aeroporto nem sabiam o que fazer com o choque. Tinham que ir contar a novidade aos familiares dos passageiros á espera na aerogare."
Uma colega do pai na altura foi a sair da aerogare e aparece um taxi donde salta um belga todo coberto de sangue em estado de choque a rogar para contarem a sua familia que estava bem.
Lembrava-se apenas do choque inicial do avião e tinha voltado a si no meio do calhau com a água do mar a bater-lhe.
Lembrava-se apenas do choque inicial do avião e tinha voltado a si no meio do calhau com a água do mar a bater-lhe.
De manhã cedo a cauda do avião foi pintada de branco para evitar a má imagem da companhia nos media. Não se julgue isto uma prática totalmente em desuso, ainda há poucos anos um A320 da Air France bateu com o nariz no chão após falha no trem dianteiro e o logotipo na cauda e nome na fuselagem foram tapados.
As urnas funerárias existentes na Ilha da Madeira não chegavam para as "encomendas".
No rescaldo:
Pessoas à bordo: 8 tripulantes e 156 passageiros = 164
Vítimas fatais: 6 tripulantes e 125 passageiros = 131
No rescaldo:
Pessoas à bordo: 8 tripulantes e 156 passageiros = 164
Vítimas fatais: 6 tripulantes e 125 passageiros = 131
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