O Presidente dos Estados Unidos
da América envolvido com uma estagiária da Casa Branca. A notícia começou por
ser um fogacho que depressa se tornou num incêndio de dimensões épicas e que ia
custando a Bill Clinton o segundo mandato da sua presidência.
No dia 17 de Janeiro de 1998, um
site informativo norte-americano, o Drudge Report, dava conta que a revista
“Newsweek” estaria a investigar a história de um alegado envolvimento entre o
Presidente Bill Clinton e uma estagiária da Casa Branca. Os rumores foram-se
adensando até que no dia 26 de Janeiro o Presidente se viu forçado a vir a
público explicar, com todas as letras, que nunca tinha mantido nenhuma relação
sexual com aquela mulher sobre quem se falava, uma tal de Miss Lewinsky.
Pura mentira. Meses depois, a
verdade veio ao de cima. As relações sexuais entre Bill e Monica não só tinham
acontecido – ainda que, aparentemente, só sob a forma de sexo oral – como foram
praticadas na Sala Oval da Casa Branca. A verdade não se ficou a saber pela
boca de Lewinsky, que foi corrida da Casa Branca para o Pentágono quando se
percebeu que o envolvimento entre ela e o Presidente andava a exceder a relação
estritamente profissional. A verdade soube-se por Linda Tripp, a amiga
republicana a quem Monica confessou o seu envolvimento com Clinton e que não
soube estar calada. Tripp gravou as confissões da estagiária e entregou-as ao
procurador Kenneth Starr, lançando aquilo que veio a ficar conhecido no mundo
inteiro como o “escândalo Lewinsky”.
O segundo mandato de Bill Clinton
ficou manchado pelo caso - tal como o vestido que Monica Lewinsky apresentou em
tribunal com uma nódoa de sémen presidencial - depois de Starr ter levado o
caso à Justiça, obrigando Bill Clinton a admitir ter mantido com Monica
Lewinsky uma “relação física imprópria”. No mesmo dia em que fez esta confissão
em tribunal, o Presidente admitiu perante a nação ter-se envolvido numa relação
“imprópria” com a estagiária, durante o período do seu internato (de Novembro
de 1995 a Abril de 1996), sob o olhar simultaneamente gélido e clemente da
mulher Hillary.
O Presidente esteve a ponto de
perder o cargo por perjúrio (falso testemunho) e obstrução à justiça, mas
acabou por ser absolvido pelo Senado.
Monica: a estagiária mais famosa
do mundo
Depois do escândalo rebentar,
Monica entrou de rajada no anedotário norte-americano e na cultura pop mundial.
A estagiária mais famosa do mundo admitiu que só sobreviveu ao frenesim dos
media através da terapia do “tricot” e passado pouco tempo criou a sua própria
colecção de malas de senhora, que vendia através da Internet. O negócio acabou
por fechar em 2004.
Por entre fotografias esporádicas
na imprensa que davam conta do seu aumento de peso e do seu desequilíbrio
emocional, Monica ainda fez algumas aparições públicas, nomeadamente no
programa Saturday Night Live, fazendo um cameo como “ela própria”, como indica
a Wikipedia.
Depois da publicação do livro “My
Life”, a autobiografia de Bill Clinton, em 2004, Monica disse a um tablóide
britânico: “Ele [Bill Clinton] podia ter feito as coisas bem, mas não fez. Ele
é um revisionista da história. Ele mentiu… [Ele deu a entender que eu é que me
lancei para cima dele. Como se eu tivesse sido o ‘buffet’ e ele simplesmente
não tivesse conseguido resistir à ‘sobremesa’). Não foi assim. Foi uma relação
mútua, mútua a todos os níveis, desde que começou até ao fim...”
Depois do escândalo, onde está e
o que faz Monica Lewinsky? As últimas notícias dizem que terá terminado
(Dezembro de 2006) um mestrado em Psicologia Social na London School of
Economics, para onde foi estudar em Setembro de 2005. A sua tese de mestrado,
igualmente de acordo com informações disponibilizadas na Wikipedia, levou o
título In Search of the Impartial Juror: An exploration of the third person
effect and pre-trial publicity.
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